Rio de Janeiro (RJ), 03/08/2023 – Estudantes competem no Festival SESI de Robótica Off Season, na Marina da Glória, zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O Brasil ficou em primeiro lugar, em um campeonato mundial de robótica nos Estados Unidos encerrado no dia 20 de abril, nas categorias de design mecânico de robô, e em segundo lugar em estratégia e inovação. Apesar da conquista, a robótica – ramo educacional e tecnológico com o objetivo de desenvolver máquinas capazes de realizar atividades de forma programada – não tem o seu devido reconhecimento e investimento nas escolas brasileiras. Os adventos da tecnologia permitem que jovens promissores possam desenvolver protótipos que tragam benefícios para a área da saúde, educação e solução de problemas relacionados ao meio ambiente.
Segundo o engenheiro mecatrônico, Charles Esteves, 57 anos, a robótica sofreu mudanças após a criação de uma nova nomenclatura chamada “STEM”, que se resume na junção das disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. “Nós passamos a trabalhar com projetos. Primeiro idealizamos e desenvolvemos uma ideia, em seguida os alunos produzem suas criações.”, afirma Charles. Colocar a matéria ensinada em prática é essencial para que os jovens vejam que o aprendizado vai além da parte teórica.
O movimento maker – criar e produzir objetos através de seus conhecimentos – juntamente com a robótica, são muito importantes para as escolas, pois eles preparam as crianças para o futuro e à indústria 4.0, conceito atual que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos da automação aplicadas aos processos de manufatura. “Nada melhor para aprender do que colocar a mão na massa e entender o que você está produzindo. Dessa forma, os estudantes aprendem com muito mais facilidade.” diz a professora Juliana Lacerda, de 39 anos. Segundo ela, é fundamental que os jovens aprendam a mexer em novos tipos de maquinário e que possam construir protótipos de robôs, estimulando a criatividade.
A implementação da disciplina robótica ainda tem um custo alto e não são todas as escolas que podem arcar com essa despesa. Entretanto, existem laboratórios que podem ser alugados e outros que são acessíveis sem nenhum custo. Um exemplo deles é o “Olabi”, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, que busca democratizar a produção de tecnologia, para a construção de um mundo mais justo.
Ana Sampaio, 14 anos, conta como é a sua experiência com os projetos envolvendo essas novas tecnologias. “Entrei na robótica há dois anos e sempre gostei muito de construção. Então, comecei a trabalhar com programação e isso acabou me levando para um caminho diferente do que eu pensava, influenciando até na minha possível escolha profissional.” A estudante também relata que a robótica mudou seu jeito de ver as coisas e como elas funcionam, além de estimular seu raciocínio e criatividade.
Fonte: Agência Brasil EBC