Homem branco, casado, com ensino superior completo e idade entre 40 e 49 anos, filiado a partido de centro ou direita. Esse é o perfil médio dos prefeitos que assumem seus postos nesta quarta-feira (1º) em todo o Brasil. O retrato não difere das eleições anteriores e confirma a histórica desigualdade de gênero e raça na ocupação de cargos eletivos no país e o avanço de legendas mais conservadoras.
A nova composição das prefeituras escancara, no entanto, a maior derrota eleitoral da esquerda nos últimos 20 anos. Embora o PT tenha melhorado seu desempenho em relação a 2020, partidos do seu espectro ideológico vão comandar cerca de 750 prefeituras. Enquanto isso, partidos de direita e centro direita elegeram mais de 4,5 mil prefeitos.
Nas capitais, a derrota da esquerda também foi acachapante: apenas João Campos (PSB), em Recife, e Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, vão comandar as cidades mais importantes de seus estados. É o pior resultado para esse campo político desde a volta das eleições diretas para prefeito, em 1985, quando havia conquistado quatro capitais. Número repetido em outras disputas eleitorais. Ainda assim, houve um avanço para os petistas, que não haviam vencido em nenhuma cidade desse porte em 2020, e viram aumentar o seu número de prefeitos, de 183 para 252.