Foto Copilot cedida pela SmartUrb
Em 2025, iniciaremos um novo ciclo. O que os gestores podem esperar? Segundo o Worth Global Style Network (WGSN), viveremos a Era da Policrise, resultada por incertezas econômicas, desigualdades sociais, mudanças climáticas, polarização política, entre outros. O desenvolvimento tecnológico e a cultura digital continuarão se retroalimentando, com adesão cada vez maior e interessantes diversificados. Destaca-se a Inteligência Artificial (IA) na otimização dos serviços no ambiente de trabalho. Espera-se ainda a preocupação com consumo consciente tanto ambiental quanto social. Entre 2020 e 2025, tivemos o maior período de migração da era moderna, forçada ou por opção; assim, os nômades digitais, beneficiados pelo trabalho remoto, devem se manter. Soma-se a esses: a ecomigração, consequente de locais que se tornarão inabitáveis por eventos climáticos extremos. Por fim, a constante e evolutiva busca por qualidade de vida permanece em todas as classes, gêneros e culturas. A gestão municipal de 2025 a 2028 enfrentará uma crescente demanda por inovação tecnológica nos serviços públicos, planejamento urbano inclusivo e funcional, respostas ágeis com dados e embasamento técnico e estratégias para agilizar o desenvolvimento econômico. Até o momento, vimos iniciativas de projetos de cidades inteligentes, como digitalização de serviços públicos, centros de operação e de segurança, PPP de iluminação pública, mobilidade elétrica, telemedicina, sistemas de inteligência artificial preditiva com alertas em tempo real e educação adaptativa.
Podemos esperar projetos como planos de mudanças climáticas, geração e gestão de dados para uma tomada de decisão eficaz, operacionalização e resultados visíveis dos sandbox regulatórios instalados e iniciativas para preparar os jovens ao mercado de trabalho de forma criativa. Paralelamente, será louvável aqueles que lançarem mão de capacitação própria e de toda equipe técnica para, assim, ser possível promover a transformação cultural e digital da população, através de campanhas de conscientização respondendo as principais demandas e dúvidas e de arsenal legislativo suportando devidamente a adaptação tecnológica. A adesão aos indicadores internacionais e nacionais de cidades inteligentes será crucial para validar e posicionar o Brasil como um líder global nesse campo. Curitiba é, atualmente, a cidade mais inteligente do mundo, premiada em novembro de 2023 no Smart City World Congress, em Barcelona. O país deve continuar perseguindo esse topo por meio de políticas inovadoras e tecnologias avançadas, demonstrando a capacidade de transformar seus espaços urbanos, considerando toda sua variedade territorial, e atraindo talentos e investimentos.
A tecnologia será uma aliada indispensável para predição e resolução mais eficazes. Ferramentas como inteligência artificial e big data ajudarão as prefeituras a prever problemas, evitar pontos cegos na decisão, otimizar recursos e criar soluções mais eficientes para áreas críticas, como mobilidade urbana, segurança, saúde e educação. No entanto, essas ações só terão impacto real se forem parte de um planejamento maior, que leva em consideração as especificidades de cada cidade e sua realidade econômica, social e ambiental. Claro que gostaríamos de investir recursos financeiros e humanos sem escalas, mas é preciso seguir um plano de metas com prioridades bem definidas.
Independentemente do tamanho da cidade, o que realmente importa é a capacidade de agir estrategicamente, de acordo com suas demandas. Por isso, é fundamental que a nova gestão elabore um Plano Diretor de Cidade Inteligente, alinhado ao Plano Diretor Municipal e ao Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Essa integração permitirá uma gestão consciente e empoderada, capaz de direcionar investimentos para demandas prioritárias, definição de plano de ação definido e marcos claros de entregáveis. Com uma governança bem suportada tecnicamente, os serviços públicos se destacarão pela excelência e pela inovação, agregando valor à imagem do município e, principalmente, proporcionando qualidade de vida aos cidadãos, que escolherão permanecer. Desde o Dia 0, será esperado um comportamento de Gestor Smart City.
Ana Paula Cintra, Engenheira Civil Especialista em Cidades Inteligentes e Consultora GovTech
anapaula@smarturb.com.br