Destaques

Cúpula do Brics no Rio: o que se sabe sobre o encontro que reunirá chefes de Estado no MAM

Por Marco Antônio Martins, g1 Rio

 

Rio terá reforço das forças armadas para a segurança do Brics

Foto divulgação

Sete meses depois do G20, o Rio recebe a Cúpula do Brics no domingo (6) e na segunda (7), no mesmo no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo.

Trata-se do encontro mais importante do bloco em 2025, reunindo chefes de Estado, chanceleres e assessores de alto nível dos países-membros, o que provoca uma série de medidas de segurança e logística.

Veja abaixo o que se sabe sobre o encontro.

O que é Brics?

O Brics é um grupo formado por 11 países membros e outros parceiros que funciona como foro de articulação político-diplomática do Sul Global e de cooperação em várias áreas.

Entre os objetivos estão fortalecer a cooperação econômica, política e social entre seus membros e promover um aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional.

“O grupo busca melhorar a legitimidade, a equidade na participação e a eficiência das instituições globais, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial e a OMC. Além disso, visa impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social”, diz texto no site do Brics.

Quais países fazem parte do Brics?

  • África do Sul
  • Arábia Saudita
  • Brasil
  • China
  • Egito
  • Emirados Árabes Unidos
  • Etiópia
  • Índia
  • Indonésia
  • Rússia

Países parceiros convidados:

  • Belarus
  • Bolívia
  • Cazaquistão
  • Cuba
  • Malásia
  • Nigéria
  • Tailândia
  • Uganda
  • Uzbequistão
  • Vietnã

Quem vem e quem não vem?

Ainda não há uma lista oficial dos participantes. Já há, no entanto, ausências confirmadas de três líderes importantes:

Quais temas estarão na pauta?

A Cúpula deve discutir temas como cooperação em saúde global, comércio, investimento e finanças, mudança do clima, governança da inteligência artificial, reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança, e o desenvolvimento institucional do Brics.

Mais de 100 reuniões preparatórias foram realizadas entre fevereiro e julho deste ano, muitas delas por videoconferência.

Além disso, houve duas reuniões com os negociadores políticos – os chamados sherpas.

A primeira, em fevereiro, no Palácio Itamaraty, em Brasília, teve a aprovação unânime dos temas centrais propostos pelo Brasill, com destaque ao ponto de revisão da Parceria Estratégica na Área Econômica, um plano de cinco anos que passa por renovação sob a liderança brasileira.

O destaque da segunda reunião, já no Rio, em abril, foi a participação inédita da sociedade civil, com uma mudança significativa na forma como o grupo incorpora as demandas sociais no processo decisório. O resultado foram consensos como de que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) deve ser principal agente de financiamento da industrialização do Sul Global.

Desde terça-feira (30), os negociadores políticos do grupo voltaram a se encontrar, de novo no Rio, para alinhar compromissos sobre:

  • 🩺Saúde: a proposta é criar uma Parceria para Eliminar Doenças Socialmente Determinadas, como as causadas por pobreza, fome e moradia precária. A ideia é que os países do Sul Global atuem juntos em ações integradas e multissetoriais, ampliando a cooperação em vacinas e buscando equidade em saúde.
  • 🤖 Inteligência artificial: o grupo quer estabelecer uma governança internacional para uso ético da IA, voltada à solução de problemas como pobreza, desigualdade e clima. Foi assinada uma declaração que defende o acesso democrático a tecnologias, desenvolvimento de linguagens acessíveis e infraestrutura comum entre os países-membros.
  • 🌱 Mudança do clima: pela primeira vez, o BRICS firmou um documento conjunto sobre financiamento climático, com foco em países em desenvolvimento. A proposta prevê reformas em bancos multilaterais, maior volume de financiamento concessional e mobilização de capital privado, além de ajustes regulatórios para viabilizar recursos para ações climáticas no Sul Global.

Quem coordena os trabalhos, como sherpa brasileiro, é o embaixador Mauricio Lyrio, já experiente nesta posição, uma vez que, no último ano, também atuou como sherpa, no contexto da presidência brasileira do G20. Lyrio também é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.

Quais são as medidas de segurança?

O governo federal vai decretar nos próximos dias uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que autoriza o emprego das Forças Armadas com poderes de polícia durante o evento. Segundo apurou o g1, a GLO deve permanecer até quarta-feira (9).

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) definiu uma área de restrição aérea a partir de sexta (4), o que inclui proibição de voos de helicópteros e drones nas imediações do evento.

Como ficam os aeroportos?

Santos Dumont e sua pista com vista para o Pão de Açúcar: aeroporto ficará fechado no Brics por perto do MAM — Foto: Alexandre Macieira/Riotur
Santos Dumont e sua pista com vista para o Pão de Açúcar: aeroporto ficará fechado no Brics por perto do MAM — Foto: Alexandre Macieira/Riotur

O Aeroporto Santos Dumont será fechado nos dias 6 e 7 de julho, e os voos serão transferidos para o Aeroporto Internacional do Galeão.

As restrições se aplicam especialmente a voos executivos, drones e helicópteros.

Haverá feriado no Rio?

Sim. As autoridades locais adotaram medidas para reduzir a circulação na cidade durante o evento:

  • Sexta-feira (4): ponto facultativo nas repartições públicas
  • Segunda-feira (7): feriado municipal no Rio de Janeiro

Onde vão se hospedar os participantes?

O governo brasileiro indicou 12 hotéis de 4 e 5 estrelas para acomodar as delegações. Todos ficam na orla da Zona Sul, do Flamengo a São Conrado, com a maioria deles em Copacabana.

O Brasil arcará com os custos de hospedagem e café da manhã. Almoço, jantar, ligações telefônicas e bebidas alcoólicas ficam por conta de cada país.

Haverá alterações de trânsito e logística?

Cidade do Rio terá esquema especial durante cúpula do Brics

Foto divulgação

Cidade do Rio terá esquema especial durante cúpula do Brics

As áreas de lazer da Zona Sul e do Aterro do Flamengo ficarão fechadas durante todo o evento. É lá que ficam o MAM, sede da Cúpula, e os hotéis usados pelos participantes.

O acesso à Avenida Atlântica, em Copacabana, será permitido apenas a moradores que apresentarem comprovante de residência.

Além disso, de sexta a segunda, o estacionamento na orla da Zona Sul estará proibido. Segundo a Prefeitura, também ficará suspensa a carga e descarga de mercadorias na orla entre o Leme e o Leblon durante o mesmo período (veja mais detalhes).

Que recomendações foram feitas às delegações?

Um documento oficial do governo brasileiro, obtido pelo g1, traz orientações logísticas e sanitárias para os países participantes.

Entre os itens, chama a atenção a recomendação de uso de repelentes para evitar picadas de mosquitos transmissores de dengue, zika e outras doenças. A sugestão aparece na seção “Informações Gerais”, na página 42 do manual entregue às delegações.

Fonte G1

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You may also like

Destaques

Nem Rússia se levantou por Venezuela entre parceiros do Brics ante restrição de Lula

Brasil pediu análise “cautelosa” de vontade de Maduro de ingressar no grupo e freou adesão; blog antecipou posição do presidente
Destaques

Reunião do G20 apresentará ações de prevenção de desastres climáticos em periferias brasileiras

Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres se reúne nos dias 30 e 31 de outubro e 1º