Evandro Leitão, Prefeito de Fortaleza -(CE )-Foto cedida pela prefeitura
A análise parte do contexto nacional: prefeitos iniciam seus mandatos 2025–2028 diante de um país pressionado por desigualdades sociais, insegurança urbana, desafios fiscais, mudanças climáticas, judicialização crescente das políticas públicas e avanços tecnológicos que impõem modernização acelerada.
O primeiro ano de governo, historicamente destinado à reorganização, ganha complexidade inédita. Os novos gestores precisam conciliar três frentes simultâneas:
1- Reorganização da máquina pública — revisão de contratos, diagnóstico de pendências, auditorias em obras e programas interrompidos, recomposição de equipes técnicas e reestruturação administrativa;
2- Planejamento estratégico orientado por dados — a reportagem reforça que, diferentemente de gestões anteriores, prefeituras agora operam em um ambiente federativo mais dinâmico, exigindo integração com plataformas nacionais, como o Plano Plurianual Federal, cadastros unificados e sistemas de interoperabilidade;
3-Atendimento a demandas reprimidas do cidadão, sobretudo em áreas sensíveis:
— Saúde municipal ainda marcada por fila de cirurgias eletivas;
— Educação pressionada pela demanda crescente por escolas integrais;
— Expansão de políticas de segurança urbana em municípios de médio porte;
— Déficit habitacional acumulado e aumento da população vulnerável.

Sílvio Barros, Prefeito de Maringá- (PR)p Foto cedida pela prefeitura
Embora muito dos prefeitos que assumiram apresentem melhor qualificação técnica e maior experiência administrativa, eles herdam cenários fiscais mais restritivos. O crescimento das despesas obrigatórias — saúde, educação, funcionalismo e previdência — reduz a margem de investimento, obrigando gestores a serem mais assertivos e inovadores. A gestão municipal entra em uma fase em que planejamento de longo prazo, boa governança, articulação política e capacidade de captar recursos serão determinantes para que prefeitos entreguem mandatos bem-sucedidos.
Outro ponto central do texto é a mudança do papel dos municípios no pacto federativo.
“Os municípios deixaram de ser o elo mais frágil da federação para se tornarem o centro da entrega das políticas públicas, mas sem que a receita crescesse no mesmo ritmo da responsabilidade”
Fonte: P&G

